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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Halloween: história e tradição


O Halloween é uma festa que acontece todo ano no dia 31 de Outubro, véspera do dia de Todos os Santos. Pelo fato de o dia primeiro de novembro estar carregado de valores sagrados, os povos celtas antigos acreditavam que o dia ia ser ameaçado por demônios e maus espíritos. O Halloween surge então como uma forma de proteção em que esses povos usavam objetos assustadores em suas casas como caveiras, ossos decorados e abóboras enfeitadas para afastar esses espíritos malignos.

A comemoração do Halloween foi levada à América do Norte pelos irlandeses. Eles usavam das fantasias e máscaras para afastar os espíritos que vagavam neste dia e também para personificar entes que morreram. Atualmente, a celebração tem participação das crianças que usam os disfarces para pedir doces na porta de casas.

Um dos símbolos mais conhecidos desta tradição é, sem dúvidas, a lanterna de abóbora, que também decente dos irlandeses. Quando chegaram à América, eles substituíram o nabo com carvão, que era utilizado antes, pela abóbora iluminada com feições humanas.



No Brasil, a tradição do Halloween é recente. Ela chegou ao Brasil através da grande influência da cultura estadunidense, vinda principalmente da televisão e dos filmes. Os cursos de língua inglesa também colaboram para propagar essa celebração no país.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Para que serve a história?



Penso que todo professor de história ou pelo menos a maioria, deve um dia ter se deparado com esta questão em sala de aula: mas afinal, para quê serve a história?

Analisando a historiografia, percebemos que todo documento, toda e qualquer fonte, tudo que é escolhido como objeto histórico possui historicidade, uma trajetória, isto é, uma história que é dialética. Os próprios conceitos o possuem. Neste sentido a história enquanto uma disciplina e posteriormente enquanto uma ciência também possui historicidade que retrata diferentes momentos nos quais ela serviu à diferentes objetivos. Portanto, quando se pergunta “para que serve a História?”, também se demanda sua trajetória para compreender o presente da ciência histórica.

A História já contribuiu para a consolidação dos Estados-nação por exemplo. Na França com a República e mesmo no Brasil quando do período do IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro) que foi responsável por escrever a história do Brasil e “dar uma cara” a este novo país.

Com as mudanças temporais, vieram novos contextos sociais, econômicos, políticos, culturais, em suam, históricos; que se apresentam paulatinamente. Destas mudanças, também a historiografia se vê em diálogo e percebendo, aos poucos, mudanças, no que se entende por “como fazer a história” e por aí também temos o como escrever a história?

Mudanças estas como as metodológicas observadas da Escola metódica francesa representada sobretudo por Langlois e Seignobos para a École des Annales, preconizada por Febvre e Bloch.

É a partir da primeira geração dos Annales que observamos uma tentativa de se ampliar o que era tido como documento histórico e consequentemente ampliar ao hall de fontes a que os historiadores poderiam se debruçar. Bloch mesmo opta por manter la méthode critique (método crítico) da Escola metódica porém afirmando que tudo pode vir a ser uma fonte.

Este mesmo autor dirá que se fôssemos antiquários amaríamos coisas velhas, mas como somos historiadores, amamos a vida. Somos nós que damos vida à história. Neste sentido, a Historia hoje só tem serventia pelas mãos dos/as historiadores/as. Ela é uma responsabilidade para com o presente, ela serve à reflexão.

Por fim, nós enquanto historiadores precisamos sempre refletir não somente em para quê fazemos historia mas também para quem. A quem serve a história que produzimos? O que ela legitima?

Segundo Caio Boshi (2007) nós, enquanto seres humanos somos também sujeitos, o que significa portanto que o curso da História também nos modifica.

Acredito que não podemos ter uma visão romântica da história, de pensa-la enquanto solução para os problemas do mundo, e nem muito menos apolítica. Ela nos cobra uma posição, o que inclui pensar em para quem estamos contribuindo com a História (ciência) que fazemos (escrevemos, contamos, publicamos, ensinamos)?

Certeau (1982) nos atenta para a responsabilidade que a escrita da história carrega e seu primeiro questionamento em A escrita da história é justamente este: “o que fabrica o historiador quando ‘faz história’? Para quem trabalha? O que produz?” (p. 65).

Ele mostra, desta forma como a escrita parte de um lugar social e tem relação estreita com o presente e com a memória: o poder da escrita, para Certeau, dá vida aos mortos à medida que possibilita à nós narrarmos eventos passados.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Três músicas sobre a ditadura militar no Brasil


Confira a lista que fizemos sobre a ditadura militar no Brasil!

3. É proibido proibir - Caetano Veloso 


A música de Caetano Veloso “É proibido proibir”, lançada em 1968, já começa em seu nome com uma afronta ao governo. Ela fala sobre grandes mudanças que estavam acontecendo na década de 60.

2. Jorge Maravilha/Fala sobre Julinho de Adelaide - Chico Buarque


Chico Buarque foi um dos compositores mais odiados pelo governo militar, tanto que várias de suas músicas foram censuradas e ele teve até que criar um pseudônimo para lançar algumas músicas, incluindo essa. A música em si não parece ser uma afronta, porém quando ele diz “você não gosta de mim, mas sua filha gosta”, não se trata da relação dele com o seu sogro, mas é uma alusão ao General Geisel, que odiava Chico Buarque, enquanto sua filha gostava do trabalho dele.

1. Mosca na sopa - Raul Seixas


Essa música lançada em 1973 usa da metáfora para atacar a ditadura militar, onde “a sopa” seria o governo opressor e “a mosca” seria o povo, aquele que incomoda, que perturba o sono, que não pode ser eliminado, pois sempre que houver regimes opressores, haverá alguém para se levantar contra isso.

Eu poderia listar várias músicas desse período (com a mais conhecida “Pra não dizer que não falei das flores de Geraldo Vandré) que apesar de tudo, foi um período muito enriquecedor culturalmente e poderia ter sido ainda mais se não fosse a forte censura com que sofriam. Espero que gostem.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

5 filmes sobre a história do Brasil


Mesmo que os filmes de ficção não seja inteiramente fiéis à história real dos acontecimentos, eles são importantes para entendermos como cada época enxergou determinado fato histórico, como cada momento narrou a história do Brasil. Pensando nisso, fizemos uma lista de 5 filmes sobre a história do nosso país: cada um, contando à sua maneira, a história da nossa terra.


5. Uma história de amor e de fúria (2013)


“Uma história de amor e de fúria” é um filme de animação brasileiro que retrata o amor entre um herói imortal e Janaína, a mulher por quem ele é apaixonado há 600 anos. Como pano de fundo do romance, o longa ressalta quatro fases da história do Brasil: a colonização, a escravidão, o Regime Militar e o futuro, em 2096, quando haverá guerra por causa da escassez da água.

4. Quanto vale ou é por quilo? (2005)


Esse filme fala sobre o nosso tempo presente fazendo uma analogia entre a exploração da miséria atual e o antigo comércio de escravos. No século XVII, um capitão-do-mato captura uma escrava fugitiva que está grávida. Após entrega-la ao seu dono e receber sua recompensa, a escrava aborta o filho que espera. Nos dias atuais, Candinho, um jovem desempregado, cuja esposa está grávida, torna-se matador de aluguel para conseguir dinheiro para sobreviver. (Tem completo no YouTube).

3. Caramuru – A invenção do Brasil (2001)


Em 1500, Diogo, um jovem pintor português, é enganado e acaba sendo deportado no navio comandado por Vasco de Athayde. Mas a caravela acaba naufragando e, por sorte, Diogo chega ao litoral brasileiro, onde vive um triângulo amoroso entre duas índias: Paraguaçu e Moema. (Esse também tá completo no Youtube)

2. Olga (2004)


Olga Benário é uma militante comunista que é perseguida pela política e foge para Moscou, onde faz treinamento militar. Lá, ela é encarregada de acompanhar Luís Carlos Preste ao Brasil para liderar a Intentona Comunista de 1935, quando o Brasil estava sob o governo de Getúlio Vargas. Mas, na viagem, os dois se apaixonam. E, a partir daí, os dois viveram um caso amoroso de encontros e desencontros até que um deles será deportado para a Alemanha nazista.

1. Zuzu Angel (2006)


Brasil, anos 60. A ditadura militar faz o país mergulhar em um dos momentos mais obscuros de sua história. Alheia a tudo isso, Zuzu Angel, uma estilista de moda, fica cada vez mais famosa no Brasil e no exterior. O desfile da sua coleção em Nova York consolidou sua carreira que estava em ascensão. Paralelamente, seu filho, Stuart, ingressa na luta armada, que combatia as arbitrariedades dos militares. (Esse também tá completo no YouTube!!! Amo).


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

07 de setembro


A Independência do Brasil é celebrada no dia 07 de setembro, dia que o então príncipe regente D. Pedro, em 1822 , declarou a ruptura do país com Portugal, adquirindo então autonomia política perante a metrópole.

No dia 09 de janeiro de 1822, D. Pedro recebeu uma carta da corte de Lisboa que exigia seu retorno à Portugal, visto que tinham interesse em recolonizar o país e a estadia de D. Pedro no Brasil era um empecilho. Contudo, D. Pedro negou que voltaria proferindo a famosa frase: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico." O episódio ficou conhecido como Dia do Fico, e após o ocorrido D. Pedro tomou várias medidas em prol da independência, como a Assembleia Constituinte que enviava de volta à metrópole as tropas portuguesas, e exigia a ordem de “cumpra-se” de D. Pedro de qualquer regra imposta pela Coroa Portuguesa.

Enquanto viajava de Santos para São Paulo, no dia 07 de setembro de 1822, D. Pedro recebeu outra carta de Portugal que exigia que ele voltasse à Europa imediatamente e anulava a Assembleia Constituinte, enquanto estava nas proximidades do riacho do Ipiranga, ao que levantou sua espada e supostamente teria gritado “Independência ou morte!”.

O quadro de Pedro Américo (imagem acima) ilustra o momento em que D. Pedro teria proclamado a independência. Contudo, a pintura não é cópia fiel de como a independência ocorreu, por vários motivos, como por exemplo, a data em que o quadro foi pintado, 1888, 66 anos após a proclamação, sendo que o pintor sequer era nascido na data da independência, e provavelmente D. Pedro não estaria a cavalo, mas montado em um jegue, que era o animal mais utilizado para transporte na época. Portanto, o quadro de Pedro Américo não demonstra o que verdadeiramente aconteceu, mas é uma visão da Independência do Brasil que valoriza seus atores como heróis. 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O significado da caveira



A caveira tem diversos significados culturais em diferentes religiões. No católicismo,  a caveira tem como significado da morte (morte humana) que simboliza a vulnerabilidade da vida, a morte física que transparece também a visão de penitência¹. Ela também é simbolo do sacrificio em algumas celebrações: por exemplo, nas imagens de São Geraldo a caveira é vista pousada sobre uma pedra do altar ou ao lado do santo que simboliza esta visão sobre a morte. Às vezes, em crucifixos também existe a imagem da caveira na base da cruz e, em algumas missas, é colocada sob o altar que retrata Jesus Cristo que oferece a sua morte como sacrifício para a remissão dos pecados da humanidade.


A foto acima, tirada do portal da igreja de São Frascisco na cidade de São João Del Rei - MG, mostra um anjo querubim (anjo que tem apenas duas asas) segurando uma caveira nas mãos que transparece a vida e a morte. O anjo com a caveira na mão tem o fim de também representar o significado da morte, transmitindo a mensagem: que a morte e a única certeza que o ser humano tem em vida, representando que a vida passa e a morte é certa.

As caveiras também até o século XVIII apareciam em serviços funerários cristãos mais uma vez com o significado do fim da vida humana.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Volta às aulas!


Olás, Olás,

É com muita alegria que damos as boas vindas novamente às atividades do PIBID para este segundo semestre!!!!!

Nossa equipe retorna às atividades na escola juntamente com as atividades da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Vocês já estão prontos para mais um semestre de aulas, atividades e muito estudo? Já montaram seu cronograma de estudos e de lazer? Já estão preparados para concluírem com muito sucesso o ano de 2015? Aqui vão algumas dicas para se organizarem sobretudo na escola!

Façam um cronograma de estudos de segunda à sábado de acordo com sua agenda, colocando seus compromissos principais como trabalho, aulas em horário extra-turno primeiro. Depois encaixe tempos de estudo para as matérias estudadas na escola: coloque as mais difíceis para você em um horário no qual está mais ligado/a! No qual você considera ser melhor para estudo. Depois encaixe as que tem menos dificuldade de compreensão.

Tenha sempre em mente que o cronograma de estudos não é engessado, ou seja, você pode fugir dele eventualmente. Mas é eventualmente! É preciso ter disciplina para garantir que você consiga chegar ao seu objetivo final.

Quando for estudar, deixe já separado o que precisará, assim você evita a dispersão, ficar se levantando a todo momento pode atrapalhar. Nós demoramos um pouquinho para entrarmos no pique dos estudos e se toda hora que conseguirmos concentrar precisarmos levantar, não conseguiremos chegar nem ao fim do dia bem dispostos.

Lembre-se sempre que a vida não é só estudo, então você precisa deixar tempo para o seu lazer no seu cronograma e também tempo suficiente para o sono. Uma mente descansada trabalha bem melhor.

Por último, se você perceber que em casa não está conseguindo um rendimento bom e que não consegue se concentrar, procure outro local para o estudo, onde você não terá as distrações que tem em casa!

A última dica é o estudo em grupo ou duplas. Sempre que estiver com dificuldades, una forças afinal duas cabeças pensam melhor do que uma!

Prestar atenção às aulas, às explicações de cada professor/a é fundamental, mas se não praticarmos em casa um mínimo que seja, não teremos um bom desempenho.

Bons estudos e bom semestre de estudos. Se precisarem de ajuda com a disciplina de história nós bolsistas do PIBID História estamos aqui e oferecemos monitorias às quintas-feiras!!!!!


domingo, 5 de julho de 2015

O aborto e as mulheres no Brasil


Cruzando séculos e continentes, a prática do aborto aparece nos mais diferentes registros históricos. O imperador chinês Shen Nung (2737-2696 a.C) já abordava o tema em textos que produziu. O grego Hipócrates (c. 460-c. 370 a.C), considerado o “pai da medicina”, citou métodos em seus escritos. Na América portuguesa, os primeiros jesuítas descreveram tentativas de indígenas de interromper a gravidez por meio do esforço físico excessivo. Relativamente aceito na Antiguidade, o aborto passou por maiores recriminações à medida que o Cristianismo se sedimentou pelo continente europeu. E foi dessa forma, estigmatizado, que passou a ser tratado na maior colônia portuguesa. 

Bem antes da pílula, que na segunda metade do século XX significou uma revolução nas práticas anticoncepcionais, há relatos de diferentes estratégias para evitar uma gravidez indesejada. Entre elas, preservativos feitos de tecidos, peles e tripas de animais, ou o mais prosaico, o coito interrompido. Quando os métodos falhavam, as mulheres entregavam-se a métodos arriscados para induzir o aborto: da ingestão de ervas a massagens no ventre, de duros exercícios físicos a golpes na barriga.

A legislação canônica procurou coibir por meio de penas espirituais aqueles que interrompiam uma gestação. Nos Concílios de Ancara (314-375), atual capital da Turquia, o cânone 21 trouxe a suspensão temporária da comunhão às mulheres adúlteras que abortavam; de modo semelhante, a condenação apareceu no cânone 63 do Concílio de Elvira (303-324), na atual Espanha. Concílios locais foram repetindo censuras às mulheres que abortavam. O argumento era ancorado na passagem bíblica do livro de Êxodo: “Se alguns homens pelejarem, e um ferir uma mulher grávida, e for causa de que aborte, porém não havendo outro dano, certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e julgarem os juízes. Mas se houver morte, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”.

Embora o texto sagrado não fizesse referência a isso, os cristãos distinguiram, durante séculos, o feto formado do não formado. A questão central a movimentar teólogos, juristas e médicos era em qual momento o corpo passava a receber o dom da vida, representado pela infusão da alma individual e imortal. A eliminação de um feto ainda não formado seria um assassinato? Em que fase a alma se faria presente? Hoje a posição oficial da Igreja é de há alma desde a concepção, mas em outros tempos essa resposta não era tão óbvia. Durante as épocas medieval e moderna, muitos teólogos defendiam que o aborto era um crime apenas quando realizado após 40 dias a contar da concepção. Antes dessa fase, nada de punições celestiais mais graves.


Ainda que moralmente condenável, a ideia de que a interrupção da gestação era um crime demorou a virar lei. Em 1140, a partir de iniciativa de Graciano, um monge cristão, estabeleceu-se a primeira referência legal defendendo que a morte de um feto fosse punida com medidas iguais às do homicídio. Pouco tempo depois, já não havia dúvidas entre os juristas canônicos de que o aborto causado por agressões de terceiros era também um assassinato. A perseguição legal sustentou o estigma moral, e acabou empurrando a prática para o domínio privado e clandestino. 

Enquanto os homens da Igreja discutiam sobre o destino de tantas mulheres, uma cultura ancestral manteve-se presente e vigorosa: até boa parte do século XVIII, o universo da gravidez permaneceu assunto exclusivamente feminino. Era entre gestantes e parteiras que se tramavam soluções caseiras e ocultas para conter o desenvolvimento dos fetos. Esse saber – repartido entre pobres e ricas, livres e escravas – garantiu redes de solidariedade que atravessaram séculos e hierarquias sociais.

A prevalência da figura feminina em tais assuntos foi reconhecida na legislação portuguesa: em 1570, uma lei mandava coibir mulheres “movedeiras”, acusadas de preparar bebidas abortivas para grávidas. Mas houve dificuldades de fiscalização pelo caráter clandestino das soluções, e nem mesmo os historiadores podem ter dimensão estatística do fenômeno. Como era um segredo coletivo, boa parte dos processos a que se tem acesso hoje é resultado de denúncias de pessoas próximas, intrigas pessoais ou mesmo do temor dos próprios autores, receosos de que hajam cometido um pecado grave. 

Em 1588, uma bula papal previa pena de excomunhão para todos os que direta ou indiretamente se envolvessem em abortos, fosse por meio de poções, fornecimento de remédios e venenos, fosse por agressões ou esforços excessivos impostos à gestante. Esse tortuoso caminho de condenação moral e legal ganhava novo fôlego com as reformas religiosas, quando a Igreja Católica passou a interferir de forma mais direta na vida dos fieis. 



Especialmente após o Concílio de Trento (1545-1563), a instituição firmou posição em defesa do feto, alegando que o corpo era morada sagrada do espírito, sendo a gravidez desejada ou não. A partir do século XVII, embora fosse possível observar o melhor domínio de técnicas abortivas por parte dos cirurgiões, a Igreja regulou de perto a ação de médicos e exerceu uma eficaz censura nas discussões sobre o assunto.

A íntima relação entre procriação e matrimônio era uma forma de controlar o corpo feminino, destinando-o a gerar filhos. Uma gestação indesejada e tornada pública poderia arruinar a vida de uma mulher e colocar em dúvida a reputação da família. Pouco recaía sobre os homens. Para eles as consequências poderiam, inclusive, ser positivas, pois engravidar alguém era prova cabal de virilidade. 

Com o Concílio de Trento, o fortalecimento da ideia de família caminhou de mãos dadas com o surgimento de instituições para recolher e educar órfãs, preservando sua honra – ou seja, mantendo-as afastadas de relações sexuais com homens – até que se casassem. Em paralelo, a Igreja fortaleceu ainda mais o ataque ao aborto. O resultado, verificável por todo o mundo católico, foi o substancial aumento do abandono de recém-nascidos em locais públicos ou em instituições destinadas a recolhê-los. 

A interrupção de gravidez nunca deixou de ser praticada, conforme noticiavam os viajantes. No início do século XIX, o pintor francês Jean-Baptiste Debret fez referência a uma vendedora de arruda nas ruas do Rio de Janeiro e comentou: “esta planta tomada como infusão provoca o aborto, triste reputação que aumenta sua procura”. O inglês John Luccock, na mesma época, garantiu que naquela região usava-se “dos meios da mais baixa espécie a fim de impedir o nascimento de crianças”.

O elemento racial também é fundamental para compreender melhor as clivagens morais observadas na população. Embora o fundo moral tenha seguido os mesmos moldes das comunidades católicas da Europa da Idade Moderna, onde o aborto era um pecado e um crime, no caso colonial a preservação da honra feminina privilegiou especialmente as meninas consideradas brancas. Para as pobres, a interrupção da gravidez indesejada podia significar uma estratégia de sobrevivência, mas entre brancas bem remediadas era garantia imprescindível da manutenção da honra. Mestiças quase não contavam com aparatos institucionais de ajuda, enquanto as mais favorecidas poderiam se valer com maior facilidade de instituições e redes informais de auxílio. 

Os usos do aborto conforme a hierarquia social atravessaram a história colonial, imperial e republicana. Em 1830, o Código Penal do Império considerou a prática um crime grave contra a segurança das pessoas e da vida, estabelecendo penas específicas para médicos, boticários ou fornecedores de drogas. As punições envolviam prisão e trabalho, mais brandas ou duras de acordo com o caso.

Enquanto abortistas eram excomungadas e punidas, muitas mulheres escravas e livres morreram tentando métodos heterodoxos e pouco seguros. Os homens apenas legislavam. Isso já faz muito tempo. Mas nem parece. 

Por Renato Franco



Você sabe como fazer pesquisa?



Nós, enquanto estudantes, temos muitas vezes que fazermos trabalhos acadêmicos para diversas áreas do conhecimento: História, filosofia, biologia, matemática, língua portuguesa, sociologia, entre outras. Mas onde podemos fazer nossas pesquisas? Será que só existem sites? Só a internet é uma fonte de pesquisa? E quais sites são confiáveis?

A internet é uma ótima fonte de pesquisa que nos propicia muitas oportunidades: livros, enciclopédias, imagens, reportagens, vídeos, entre outras informações disponíveis nas mais diversas maneiras. Mas é preciso termos cuidado com a maneira como replicamos as informações! É preciso ter atenção em como adaptamos o que lemos, em como interpretamos e em como fazemos uso das fontes!

Muitos professores dizem para não usarmos a wikipedia, por exemplo, como fonte de informação. Penso que tudo é uma fonte de informação. Nós leitoras e leitores, é que precisamos nos atentar para as maneiras como elas estão postas e também precisamos fazer o cruzamento delas. Ou seja, se for fazer uma pesquisa utilizando o Google web – www.google.com.br, abra diversos sites e compare as informações contidas neles.

Para enriquecer seu trabalho, outras ferramentas de pesquisa podem te ajudar como, por exemplo, o Google acadêmico - https://scholar.google.com.br/, onde é possível encontrar diversos artigos e trabalhos feitos no âmbito academicista que podem te ajudar: são textos não muito longos e que trazem seus objetivos e informações de forma mais clara pelos autores.

Também podemos utilizar o Google books que pode trazer algum livro ou capítulo de livro com o tema que você está estudando.

Além da internet, na sua escola, você pode procurar um local que é excelente para encontrar informações diversas: a biblioteca! Nela é possível encontrar enciclopédias mais confiáveis como a Barsa ou a Larousse Cultural. Também encontramos livros didáticos e paradidáticos que são curtos e podem te auxiliar na pesquisa.

Enfim, é possível perceber que as fontes são inúmeras e é sempre bom fazermos uso do maior número disponível e cruzarmos informações. A leitura é sempre fundamental antes da elaboração de um trabalho! A pesquisa, portanto é o primeiro passo.

O segundo é a leitura e fichamento do que foi encontrado: faça anotações em seu caderno, em folha separada, deixe em destaque o que quiser utilizar em seu trabalho, dê destaque também para o que @s autor@s mais abordam em seu texto.

O terceiro e último passo é a escrita: capriche! Faça um trabalho completo: com introdução, desenvolvimento, considerações finais. Faça citações de diversos autores (isto é, enriqueça seu texto com as informações colhidas e cruzadas dos sites, livros, etc.), coloque imagens (fotografias, pinturas, charges) ou músicas, poemas, o que for possível e necessário em seu trabalho e faça análise delas! Escreva porque você as escolheu e como elas se relacionam com seu trabalho, coloque informações como nomes dos autores, ano de produção e país. Isto deixará seu trabalho completo e incrementado!

Por fim, coloque as referências utilizadas segundo as normas da ABNT, isto é, explicite de onde você retirou suas informações, faça uma capa para o mesmo e corrija a ortografia e se seu texto se encontra em consonância com as normas padrões da Língua Portuguesa.

esta maneira seu trabalho estará completo e muito bem feito!

Dois livros podem te ajudar em trabalhos acadêmicos, tenha os sempre por perto, sobretudo quando você já estiver na Universidade, em um curso superior:

Primeiramente o livro “Como se faz uma tese” de Umberto Eco que pode te dar um “mapinha”, uma estrutura de como seu texto deve ser feito.

Outro é o livro o “Guia para normalização de publicações técnico científicas” que pode te auxiliar com as regras da ABNT e como colocar nas normas corretas seu trabalho.

Espero com este texto ter auxiliado você na elaboração de seus trabalhos. Agora, mãos à massa!

Por Aline Ferreira Antunes



domingo, 14 de junho de 2015

Origens do Dia dos Namorados



O dia dos namorados é uma das principais datas comemorativas do mundo, que intensifica o comércio com a troca de presentes pelos casais. Em alguns países também é chamado de dia de São Valentim (Valentine´s Day).

Contudo, o dia dos namorados nem sempre foi uma data comercial, pois teve sua origem nos rituais pagãos da Roma Antiga.

Em vários países a data é comemorada em 14 de fevereiro, dia da morte de São Valentim, que foi um mártir cristão do século III. Nesta época, o imperador Cláudio II acreditava que os melhores soldados eram os solteiros, pois não tinham responsabilidades com família, podendo dedicar-se inteiramente ao exército romano. Valentim abençoava matrimônios clandestinamente, e isto o levou à prisão, tendo morrido decaptado em 270.

A data de 14 de fevereiro também coincide com o início das festas anuais celebradas na Roma antigaem honra de Juno (deusa da mulher e do matrimônio) e de Pan (deus da natureza). 

Em 496, o papa Gelásio I elegeu Valentim o símbolo dos apaixonados. No entanto, em 1969, a Igreja Católica deixou de celebrar a data por considerar as origens do santo, e até mesmo sua existência, como incertas.

Em 1949, o publicitário João Dória trouxe a ideia do Dia dos Namorados para o Brasil, apresentando-a aos comerciantes, como forma de incentivar o comércio no mês de junho, e a data escolhida, 12 de junho, véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro.

OS SÍMBOLOS DO AMOR

Em junho, mês do amor, vários símbolos referentes a esse tema surgem para que as pessoas possam se expressar, como coração, o cupido, flores, etc. Mas o que esses símbolos realmente significam e de onde eles surgiram?

CORAÇÃO

Começando com um dos, se não o mais conhecido, o símbolo de coração carrega uma mensagem desde tempos antigos. Para os gregos, ele é a sede da alma, da coragem... No budismo, ele é a consciência e a razão. Durante o tempo ele passou por diversas modificações até chegar ao que é conhecido hoje. É a partir da Idade Média que o coração passa a ser visto como o símbolo do amor: profano e místico, assim como é visto atualmente.

O CUPIDO

O cupido, para os gregos conhecidos como Eros, era o deus do amor. Representado normalmente por um menino com um arco - e - flecha e com asas, pode-se dizer que ele é a personificação do amor, é ele o culpado quando duas pessoas se apaixonam, ou quando há o caso de um amor não correspondido.

ROSAS VERMELHAS

Hoje é comum ver pessoas presenteando seus parceiros com um buquê de flores, o mais tradicional sendo o de rosas vermelhas. O motivo dessa fama é que a cor vermelha é ligada ao amor e a paixão entre casais, e é vista como sinal de carinho e de dedicação quando é dada de presente à alguém.

ALIANÇA

É bem conhecido o fato de que a aliança é um bem necessário na realização de um casamento. Ela tem o significado de compromisso ou pacto ligado a uma pessoa, e demonstra que a pessoa está disposta a ter uma relação de compromisso com a outra.

Na Roma Antiga a aliança, era uma joia dada aos noivos, pois acreditavam que o amor era eterno.     A aliança fica no dedo anelar no lado esquerdo do corpo, pois os romanos acreditavam que como o lado esquerdo é o lado que existe uma veia que liga, o dedo a corrente sanguínea, e esta ligada ao coração, o amor então seria ligado á ideia de sentimentos ao coração.


domingo, 31 de maio de 2015

Fundação Casa Rui Barbosa


Rui Barbosa de Oliveira nasceu na cidade de Salvador (BA) no dia 05 de novembro de 1849, em 1865 ingressou-se na faculdade de Direito de Olinda, foi um polímata brasileiro, tendo se destacado principalmente como jurista, político, diplomata, escritor, filósofo, tradutor e orador.  Rui Barbosa tinha 46 anos quando chegou à cidade do Rio de Janeiro, construiu sua casa Rua São Clemente n° 104 (hoje 134) e nela viveu até seu falecimento aos 73 anos no dia 01 de março 1923. Sua extensa bibliografia, em mais de cem volumes, reúne artigos, discursos, conferências e anotações políticas escritas durante toda uma vida. E sua biblioteca particular com mais de 23 mil títulos pertence à Fundação Casa de Rui Barbosa em sua antiga residência no Rio, a fundação é composta pelo acervo, biblioteca Rui Barbosa e o arquivo Rui Barbosa. 

O acervo da Fundação, ainda é um expoente na cultura arquivista brasileiro, suas obras somente se equiparam com suas delimitações físicas (jardins e o museu/casa), onde o aceso e livre e deslumbra beleza, encantando visitantes e pesquisadores. Graças ao acesso virtual à Fundação, fotografias e comentários permitem ao internauta uma interatividade com informações a níveis de pesquisas e curiosidades.

Além de um sistema interativo cuja funcionalidade é a ampliação de imagens para um olhar mais atencioso, o site oferece informações históricas acerca das edificações principais. O site contém uma página principal que dá o acesso sobre a fundação, Rui Barbosa, acervos, pesquisa, preservação, capacitação, textos on-line edições e conteúdos digitais, a página também é composta por conteúdos informativos sobre a Fundação Casa Rui Barbosa, oferecendo visita virtual ao museu e jardim, às  notíciasserviçoseventos, atividades para criançasacesso às bases e à informação.  Cada um destes itens aberto oferece uma aba informativa que da o acesso a outras informações, por exemplo, o item fundação Rui Barbosa informa o Funcionamento do museu, Exposição “É Carnaval na Casa Rui”A Casa Senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro: anatomia de InterioresProgramação de verão,  VI Seminário Internacional de Políticas Culturais e Licitações. 

Também na aba da fundação proporciona missão, histórico, quem é quem, organização, manuais e relatórios, editais e licitações e sites relacionados. O site informa as perguntas freqüentes, termos de uso, mapa do site, sobre o site e contado, ao clicar em cada um destes itens, eles oferecem mais disponibilidade de informações. As perguntas freqüentes: mostram o questionamento sobre a fundação e o site informa os internautas sobre o funcionamento, os objetivos e a estrutura, os termos de uso: informam os procedimentos, leis aplicadas, concordância com os termos de uso, direito restrito de utilização Comunicações, monitoramento, links para outros sites, marcas registradas e patentes Indenização, imitação de responsabilidade e geral, o mapa do site mostra todos os conteúdos proporcionados pelo site, sobre o site: apresenta o nome da equipe por traz do site e sobre o que cada um é encarregado e o contato: fornece acesso para que mensagens sejam enviadas para fundação que são respondidas por email.

Fundação Casa Rui Barbosa

A Fundação Casa de Rui Barbosa é uma instituição pública federal, vinculada ao Ministério da Cultura, e oferece um espaço reservado ao trabalho intelectual, à consulta de livros e documentos, e à preservação da memória nacional.

Pesquisa
Museu-Casa: memória, espaço e representações é um grupo de pesquisa interdisciplinar voltado para o estudo desse conjunto arquitetônico na perspectiva de sua preservação integrada, tendo como referência os campos da musiológia, arquitetura e do urbanismo.

A perspectiva musiológica é voltada para o estudo do acervo do museu sob diferentes óticas. Objetos decorativos, indumentária, conjunto de objetos produzidos para homenagear Rui Barbosa, viaturas, objetos de saúde, higiene e toalete, e o jardim já foram tema de pesquisa, que promove o levantamento, sob embasamento documental diverso – iconográfico, histórico, documentação escrita e depoimentos – da ocupação interna da Casa e do jardim a partir do período Rui Barbosa.

Atividades:

Manutenção, preservação e difusão do Museu Casa de Rui Barbosa e seu jardim histórico.
Formação, preservação e difusão do acervo bibliográfico e documental, com o apoio de laboratórios técnicos.
Desenvolvimento de estudos e pesquisas em suas áreas de atuação (estudos Ruianos, de política cultural, história, direito e filologia) em cultura brasileira em geral.
Desenvolvimento de estudos e pesquisas nas áreas de documentação e preservação.
Publicação dessas pesquisas e participação de pesquisadores e tecnologias em eventos acadêmicos e científicos.
Formação e qualificação de pesquisadores e tecnologias.
Uso de outras dependências para a realização de exposições de acervo ou relacionadas a trabalhos em andamento e de cursos, congressos e seminários.
Utilização plena do seu auditório com atividades de dança, música, literatura, teatro e cinema.

O site oferece uma ampla pesquisa cultural sobre Rui Barbosa disponibilizando memórias de uma época, museu, biblioteca e jardim. Disponível no site da fundação http://www.casaruibarbosa.gov.br/.